WHAT DREAMS MAY COME
Martin Luther King Jr
Martin Luther King, Jr. (15 de janeiro de 1929, Atlanta, Geórgia – 4 de abril de 1968, Memphis, Tennessee) foi um pastor e ativista político estadunidense. Membro da Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Se tornou a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. Seu discurso mais famoso e lembrado é “Eu Tenho Um Sonho“.
Vida familiar
Luther King Jr. nasceu em Atlanta, filho de Martin Luther King que era agricultor e Alberta Williams King que era pastora. Graduou-se no Morehouse College, em 1948, com um bacharelado em sociologia. No Morehouse, teve como mentor Benjamin Mays, um ativista dos direitos civis. Em 1951 viria a formar-se no Seminário Teológico Crozer, em Chester, Pensilvânia, e em 1954 se tornou pastor da Igreja Batista, em Montgomery, Alabama. Em 1955 recebeu um PhD em Teologia Sistemática pela Universidade de Boston, razão do uso comum do titulo de Doutor.
Em 1955, Rosa Parks, uma mulher negra, se negou a dar seu lugar em um ônibus para uma mulher branca e foi presa. Os líderes negros da cidade organizaram um boicote aos ônibus de Montgomery para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte. Durante a campanha de 381 dias, co-liderada por King, muitas ameaças foram feitas contra a sua vida, foi preso e viu sua casa ser atacada. O boicote foi encerrado com a decisão da Suprema Corte Americana em tornar ilegal a discriminação racial em transporte público.
Depois dessa batalha, Martin Luther King participou da fundação da Conferência de Liderança Cristã do Sul (CLCS, ou em inglês, SCLC, Southern Christian Leadership Conference), em 1957. A CLCS deveria organizar o ativismo em torno da questão dos direitos civis. King manteve-se à frente da CLCS até sua morte, o que foi criticado pelo mais democrático e mais radical Comitê Não-Violento de Coordenação Estudantil (CNVCE, ou em inglês, SNCC, Student Nonviolent Coordinating Committee). O CLCS era composto principalmente por comunidades negras ligadas a igrejas Batistas. King era seguidor das idéias de desobediência civil não-violenta preconizadas por Mohandas Gandhi (líder político indiano também conhecido como Mahatma Gandhi), e aplicava essas idéias nos protestos organizados pelo CLCS. King acertadamente previu que manifestações organizadas e não-violentas contra o sistema de segregação predominante no sul dos EUA, atacadas de modo violento por autoridades racistas e com ampla cobertura da mídia, iriam criar uma opinião pública favorável ao cumprimento dos direitos civis; e essa foi a ação fundamental que fez do debate acerca dos direitos civis o principal assunto político nos EUA a partir do começo da década de 1960.
Ele organizou e liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos. A maior parte destes direitos foi, mais tarde, agregada à lei estado-unidense com a aprovação da Lei de Direitos Civis (1964), e da Lei de Direitos Eleitorais (1965).
King e o CLCS escolheram com grande acerto os princípios do protesto não-violento, ainda que como meio de provocar e irritar as autoridades racistas dos locais onde se davam os protestos – invariavelmente estes últimos retaliavam de forma violenta. O CLCS também participou dos protestos em Alabany (1961–2), que não tiveram sucesso devido a divisões no seio da comunidade negra e também pela reação prudente das autoridades locais; a seguir participou dos protestos em Birmingham (1963), e do protesto em St. Augustine (1964). King, o CLCS e o CNVCE uniram forças em dezembro de 1964, no protesto ocorrido na cidade de Selma.
Em 14 de outubro de 1964 King se tornou a pessoa mais jovem a receber o Nobel da Paz, que lhe foi outorgado em reconhecimento à sua liderança na resistência não-violenta e pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos.
Com colaboração parcial do CNVCE, King e o CLCS tentaram organizar uma marcha desde Selma até a capital do Alabama, Montgomery, a ter início dia 25 de março de 1965. Já haviam ocorrido duas tentativas de promover esta marcha, a primeira em 7 de março e a segunda em 9 de março.
Na primeira, marcharam 525 pessoas por apenas 6 blocos; a intervenção violenta da polícia interrompeu a marcha. As imagens da violência foram transmitidas para todo o país, e o dia ganhou o apelido de Domingo Sangrento. King não participou desta marcha: encontrava-se em negociações com o presidente estado-unidense, e não deu sua aprovação para a marcha tão precoce.
A segunda marcha foi interrompida por King nas proximidades da ponte Pettus, nos arredores de Selma, uma ação que parece ter sido negociada antecipadamente com líderes das cidades seguintes. Este ato tresloucado causou surpresa e indignação de muitos ativistas locais.
A marcha finalmente se completou na terceira tentativa (25 de março de 1965), com a permissão e apoio do presidente Lyndon Johnson. Foi durante esta marcha que Stokely Carmichael (futuro líder dos Panteras Negras) criou a expressão “Black Power“.
Antes, em 1963, King foi um dos organizadores da marcha em Washington, que inicialmente deveria ser uma marcha de protesto, mas depois de discussões com o então presidente John F. Kennedy, acabou se tornando quase que uma celebração das conquistas do movimento negro (e do governo) – o que irritou bastante ativistas mais radicais e menos ingênuos.
A partir de 1965 o líder negro passou a duvidar das intenções estadunidenses na Guerra do Vietnã. Em fevereiro e novamente em abril de 1967, King fez sérias críticas ao papel que os EUA desempanhavam na guerra. Em 1968 King e o SCLC organizaram uma campanha por justiça sócio-econômica, contra a pobreza (a Campanha dos Pobres), que tinha por objetivo principal garantir ajuda para as comunidades mais pobres do país.
Também deve ser destacado o impacto que King teve nos espetáculos de entretenimento popular. Ele conversou com a atriz negra do seriado Star Trek original, Nichelle Nichols, quando ela ameaçava sair do programa. Nichelle acreditava que o papel não estava ajudando em nada sua carreira e que o estúdio a tratava mal, mas King a convenceu de que era importante para o negro ter um representante num dos programas mais populares da televisão.
Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o que culminou em seu assassinato no dia 4 de abril de 1968, momentos antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis. James Earl Ray confessou o crime, mas anos depois repudiou sua confissão. A viúva de King, Coretta Scott King, junto com o restante da família do líder, venceu um processo civil contra Loyd Jowers, um homem que armou um escândalo ao dizer que lhe tinham oferecido 100 mil dólares pelo assassinato de King.
Em 1986 foi estabelecido um feriado nacional nos EUA para homenagear Martin Luther King, o chamado Dia de Martin Luther King – sempre na terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao aniversário de King. Em 1993, pela primeira vez, o feriado foi cumprido em todos os estados do país.
Martin Luther King Jr
Martin Luther King, Jr. (January 15, 1929 – April 4, 1968) was an African American clergyman, activist and prominent leader in the American civil rights movement. His main legacy was to secure progress on civil rights in the United States and he is frequently referenced as a human rights icon today.
A Baptist minister, King became a civil rights activist early in his career. He led the 1955 Montgomery Bus Boycott and helped found the Southern Christian Leadership Conference in 1957, serving as its first president.
King’s efforts led to the 1963 March on Washington, where King delivered his “I Have a Dream” speech. There, he raised public consciousness of the civil rights movement and established himself as one of the greatest orators in U.S. history.
In 1964, King became the youngest person to receive the Nobel Peace Prize for his work to end racial segregation and racial discrimination through civil disobedience and other non-violent means. By the time of his death in 1968, he had refocused his efforts on ending poverty and opposing the Vietnam War, both from a religious perspective.
King was assassinated on April 4, 1968, in Memphis, Tennessee. He was posthumously awarded the Presidential Medal of Freedom in 1977 and Congressional Gold Medal in 2004; Martin Luther King, Jr. Day was established as a U.S. national holiday in 1986.
Legacy
King’s main legacy was to secure progress on civil rights in the United States, which has enabled more Americans to reach their potential. He is frequently referenced as a human rights icon today. His name and legacy have often been invoked since his death as people have debated his likely position on various modern political issues.
On the international scene, King’s legacy included influences on the Black Consciousness Movement and Civil Rights Movement in South Africa.King’s work was cited by and served as an inspiration for Albert Lutuli, another black Nobel Peace prize winner who fought for racial justice in that country. The day following King’s assassination, school teacher Jane Elliott conducted her first “Blue Eyes/Brown Eyes” exercise with her class of elementary school students in Riceville, Iowa. Her purpose was to help them understand King’s death as it related to racism, something they little understood from having lived in a predominately white community.
King’s wife, Coretta Scott King, followed her husband’s footsteps and was active in matters of social justice and civil rights until her death in 2006. The same year that Martin Luther King was assassinated, Mrs. King established the King Center in Atlanta, Georgia, dedicated to preserving his legacy and the work of championing nonviolent conflict resolution and tolerance worldwide. His son, Dexter King, currently serves as the center’s chairman.Daughter Yolanda King is a motivational speaker, author and founder of Higher Ground Productions, an organization specializing in diversity training.
There are opposing views even within the King family — regarding the slain civil rights leader’s religious and political views about homosexuals, lesbians, bisexuals and transgendered people. King’s widow Coretta said publicly that she believed her husband would have supported gay rights. His daughter Bernice believed he would have been opposed to them.
The King Center includes discrimination, and lists homophobia as one of its examples, in its list of “The Triple Evils” that should be opposed. Universally, moderate African-American civil/human rights activists and moderate gay rights activists support the middle view: gay rights is a private sexual matter between consenting adults. However, they contend gays’ social issues should be equated to more grievous social injustices such as the now defunct slave trade, past Jim Crow laws and the brutal murder of 14-year old Emmett Till.
In 1980, the Department of Interior designated King’s boyhood home in Atlanta and several nearby buildings the Martin Luther King, Jr. National Historic Site. In 1996, United States Congress authorized the Alpha Phi Alpha fraternity to establish a foundation to manage fund raising and design of a Martin Luther King, Jr. National Memorial on the Mall in Washington, DC.King was a member of Alpha Phi Alpha, the first intercollegiate Greek-letter fraternity established by and for African Americans. King was the first African American honored with his own memorial in the National Mall area and the first non-President to be commemorated in such a way. The sculptor chosen was Lei Yixin. The King Memorial will be administered by the National Park Service.
King’s life and assassination inspired many artistic works. In 1969 Maya Angelou published her autobiography I Know Why the Caged Bird Sings. In spring of 2006, a stage play about King was produced in Beijing, China with King portrayed by Chinese actor, Cao Li. The play was written by Stanford University professor, Clayborne Carson.
What a Wonderful World – o original
Publicado por Marco Santos [18/Junho/2007]. Categoria: Música
Marcadores: Jazz, Louis Armstrong
Em 1967, ano em que foi lançado What a Wonderful World, vivia-se um dos períodos raciais e políticos mais conturbados nos Estados Unidos. Era o ano de Martin Luther King e de Malcom X, o ano dos happenings hippies e da contestação à Guerra do Vietname.
O artigo da Wikipédia refere-se à canção como tendo sido feita de propósito para apaziguar os ânimos raciais nos Estados Unidos, embora falhe por não especificar como ou por quem – e eu não encontrei nenhuma referência à canção como qualquer coisa “encomendada”.
Inocente ou perversa, a canção foi um fiasco nos Estados Unidos. Teve um enorme sucesso na Grã-Bretanha, onde chegou ao primeiro lugar dos tops, mas na América, numa primeira fase, não vendeu mais de 1000 discos.
Talvez o autor do artigo da Wikipédia baseie a sua ideia no facto de Louis Armstrong ter conseguido a proeza de ser uma figura aceite tanto por brancos como por negros, até mesmo pelos brancos racistas. O temperamento generoso e bonacheirão de Armstrong valeu-lhe críticas duras: chamavam-lhe Uncle Tom, ou seja, um preto subserviente em relação ao branco. E não lhe perdoavam o facto de dar concertos no Sul dos Estados Unidos, onde as audiências eram segregadas: brancos de um lado, pretos do outro.
O que Armstrong nunca quis foi comprometer-se porque, acima de tudo, tentava preservar a sua carreira. Em termos políticos, sabe-se agora, o jazzman preferia os bastidores: foi um dos que contribuiu com mais dinheiro para o movimento dos direitos civis encabeçado por Martin Luther King.
Desde então, a canção tem servido para tudo: elevar o espírito optimista (ou ingénuo?) nos homens mas, sobretudo, como contraponto irónico e sarcástico a imagens de guerra e violência. Para a história, eis a versão original de What a Wonderful World.